domingo, 10 de abril de 2011

O PANELEIRO E A LINGUIÇA

Nosso espetáculo é composto por uma farsa medieval francesa e um chiste oral do mesmo período, ambos tão graciosos, quanto carregados da malícia da época. O PANELEIRO E A LINGUIÇA é o novo espetáculo de teatro de rua do Depósito de Teatro, grupo que está completando 15 anao de atividades ininterruptas. A peça vem se integrar a outras atividades comemorativas que devem ser apresentadas durante todo este ano.
O Paneleiro, cujo título original é La Farce du Chaudronnier (Caldeireiro), foi editado pela primeira vez em meados do século XVI, em Paris. Trata-se de uma farsa que, como tantas outras da mesma época, é de autor desconhecido e caiu em domínio público. Conta a história de um casal que faz uma aposta para verificar quem fala mais: o homem ou a mulher. Recebem a visita de um vendedor de panelas que tenta de tudo para fazê-los falar. Uma guerra dos sexos bastante divertida e sempre atual.
Já a Linguiça, é uma facécia oral recolhida pelo eminente folclorista brasileiro Luís da Câmara Cascudo. Segundo ele, a bricadeira, que já aparece em Gargântua e Pantagruel, escrito por François Rabelais no século XVI, se originou, então, na idade média, e foi trazida para o Brasil por portugueses e espanhóis desde os primórdios da colonização brasileira, por volta de 1600.
Sob a denominação de "literatura oral" este e outros tipos de parlendas vieram fazer parte de nosso próprio folclore linguístico, ou seja de nossas mais antigas rapizes culturais. Foram desde sempre transmitidas de pai para filho, de geração para geração. E, assim como chegaram até nós os jogos de trava-línguas, ou versinhos singelos como: "Amanhã é domingo / pé de cachimbo"; "Um, dois, / feijão com arroz"; aportaram em terras brasileiras, também, os chistes satíricos maliciosos.
Funciona assim:
Apresentamos a peça com o título de O PANELEIRO E A LINGUIÇA. Mostramos, primeiramente, a história do paneleiro. A o terminar a peça, após os aplausos, espera-se que alguém pergunte:
- Ei, e a Linguiça?
- A linguiça você pega com o Mário, é o que responderemos.
O chiste oral do "Mário" é, talvez, o mais conhecido. A platéia inteira deve rir e a pessoa que perguntou deve dar o assunto por encerrado. Mas se, por ingenuidade ou desconhecimento, ela ainda perguntar:
- Que Mário?
A platéia deve rir mais ainda. E a resposta virá sem perdão:
- Aquele que te comeu atrás do armário.

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